Estou convencida, de que descobrir o que se quer realmente, está além de quereres pré-definidos, aqueles estipulados pelas convenções sociais.
Não é uma tarefa muito fácil de desvendar, mas bastante profícua, já que, quem não sabe o que quer anda sem lugar para chegar, e nem sabe se tem direito de parar para descansar.
Pensei por esses dias além de querer “ser feliz”, “me formar”, “ajudar minha família”, “passar num concurso”. O que eu quero realmente?
Está tudo tão estipulado, tudo tão pré-definido. Mas, o que eu quero?
Eu falo de saber distinguir um querer secundário de um primário, de saber fazer boas escolhas, de saber diferenciar um benefício de um possível malefício. Sabemos mesmo controlar nossas escolhas?
É descobrindo o que se quer de verdade que se resolve a metade da nossa vida, o resto fica por conta da própria vida!
Saber o que quer, na fé, no amor, na família, nas relações de amizade, no trabalho, nos estudos, é quase que um questionário com repostas dadas.
Mas, saber o que você quer, quando ninguém mais tem acesso a sua pessoa, ninguém mais além de Deus.
Quando a noite não parece passar, quando você escuta a sua melhor música antes de dormir, quando você se olha no espelho e não se lembra mais da sua face, quando você se desconhece por um minuto.
Ainda assim meu caro essa face é essencialmente sua, sem ninguém dizendo isso ou aquilo, é você se descobrindo sem ajuda de segundas e terceiras pessoas.
Às vezes só descobrimos quem somos quando nos distanciamos do “meio”, quando nos aproximamos de nós mesmos, de uma pessoa chamada “eu”. Quando chegamos nesta “face” de quem nós somos, nós ainda sabemos o que queremos ou tropeçamos numa grande contradição?
Ainda queremos as mesmas coisas?
Será?
Tamires Morais